por Lilian Matsuura
O jornalista Roberto Cabrini ganhou a liberdade. A Justiça de São Paulo concedeu liminar em favor do repórter. Ele foi preso na terça-feira (15/4) sob acusação de porte de drogas, porque a Polícia encontrou 10 papelotes de cocaína dentro do porta-luvas de seu carro. “Pode-se confiar na Justiça de São Paulo”, declarou o advogado de Cabrini”, Alberto Zacharias Toron.
No momento do flagrante, Cabrini afirmou que não é usuário de drogas. Por isso, foi indiciado por tráfico de entorpecentes. O Ministério Público deu parecer favorável à liberdade do jornalista. Toron defende que Cabrini foi vítima de uma armação. Segundo ele, a mulher presa com Cabrini o ameaçava já há algum tempo. Ela marcou um encontro com ele e, minutos depois, a Polícia apareceu.
Na busca, segundo o advogado, os policiais foram direto à cocaína. Toron lembra que a droga foi encontrada no porta-luvas, justo no banco do passageiro, onde a mulher estava sentada. Ela foi liberada na terça e foi elencada como testemunha do inquérito. “Foi um absurdo. Ele não é traficante e nem usuário”, diz Toron.
Cabrini e a TV Record, onde ele trabalha como repórter especial do programa Domingo Espectacular, afirmam que estavam fazendo uma reportagem investigativa. O jornalista conta que investigava o caso antigo da entrevista que fez com o líder do PCC, Marco Camacho. “Jamais parei de investigar e, apesar das inúmeras pressões, sempre tive certeza da autenticidade da entrevista que efetuei em maio de 2006 com o líder da facção, Marcos Camacho”, afirma Cabrini, em carta.
A Abraji Associação Brasileira de Jornalistas Investigativos recomenda a seus associados que comuniquem antecipadamente às autoridades quando tiverem de passar por situações em que possam ser confundidos com praticantes de atos ilícitos. Conhecido jornalista de televisão, Cabrini já foi correspondente internacional da TV Globo em Londres e Nova York. Após passagem pelo SBT e pela Bandeirantes, ele foi contratado pela Record este ano.
Revista Consultor Jurídico