Max Mosley, presidente da Federação Internacional de Automobilismo, venceu, na quinta-feira (24/7), o processo que moveu contra o tablóide inglês News of The World, por invasão de privacidade. A decisão é do juiz David Eady, da Suprema Corte da Inglaterra.
O jornal publicou reportagem em que Mosley aparece em fotos em uma orgia sadomasoquista supostamente de temática nazista. O tablóide sensacionalista foi condenado a pagar 60 mil libras esterlinas (R$ 188 mil). Pelas custas processuais, a publicação terá que desembolsar 450 mil libras (R$ 1,4 milhão), informam as agências de notícias internacionais. O dinheiro será doado à Fundação FIA.
O presidente da FIA, de 68 anos, admitiu que participou da orgia com cinco prostitutas e que gosta de sadomasoquismo, mas negou o “fetiche nazista” do encontro. Nas fotos e vídeos publicados, Mosley aparece sendo espaçando por mulheres vestidas como guardas de uma prisão.
O juiz concordou com Mosley no sentido de que ele “deveria ter respeitado seu direito à privacidade quando se trata de atividades sexuais (ainda que não convencionais) realizadas por adultos, de comum acordo e em propriedade particular”.
O caso foi centro dos debates da opinião pública britânica por poder criar precedente sobre a privacidade de celebridades. Na Inglaterra, os tablóides de fofoca são os jornais mais vendidos. O juiz Eady, no entanto, disse não considerar sua sentença um precedente, já que ela se limitaria simplesmente a seguir as leis existentes.
“Foi uma vergonhosa invasão na minha vida privada, justificada pela mentira de que os vídeos divulgados tinham conotação nazista. Espero que os jornais do Reino Unido fiquem desencorajados a praticar esse jornalismo ofensivo. Precisava de uma sentença forte como essa para que todos entendessem que eles agiram muito erradamente”, disse Mosley.
O pai do dirigente, Oswald Mosley, era um conhecido fascista britânico nos anos 1930 e amigo pessoal de Adolph Hitler. O fato foi um dos argumentos usado pela defesa do jornal. Para a publicação, a orgia representava o exemplo de uma “verdadeira depravação” e não simplesmente uns “tapinhas bobos”. Depois que o caso foi revelado pelo News of the World, Mosley teve o seu cargo ameaçado. Seu mandato na presidência da FIA termina em outubro de 2009.
Revista Consultor Jurídico