A Operação João de Barro, que cumpre 231 mandados de busca e apreensão e 38 mandados de prisão temporária em sete estados do país, pode resultar em 200 inquéritos criminais, de acordo com o superintendente da Polícia Federal em Minas Gerais, David Salem. Entre os suspeitos, dois deputados federais, além de deputados estaduais, empresários, servidores e lobistas. As informações são da Agência Brasil.
“Vamos instaurar inquéritos para cada projeto, de forma que não se prejudique a investigação e se garanta a persecução penal. Houve desvio da ordem potencial de R$ 700 milhões, mas, com o correr das investigações, vamos dividir e chegar ao valor de cada projeto”, afirmou Salem.
O esquema investigado pela Polícia Federal envolve desvio de recursos em obras de 114 municípios de Minas Gerais, três no Rio de Janeiro, um no Tocantins e um no Espírito Santo. A investigação teve início em 2006 e apurou o superfaturamento de diversas obras, inclusive parte delas integrantes do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), realizadas com utilização de material de baixa qualidade.
O gabinete do deputado federal João Magalhães (PMDB-MG), no anexo 4 da Câmara dos Deputados, foi revistado pela PF, que levou vários documentos e um laptop. Há suspeita de que existam funcionários do gabinete envolvidos nos desvios de verba pública. Além do gabinete do deputado Magalhães, agentes apreenderam documentos no gabinete de outro parlamentar mineiro, Ademir Camilo (PDT). Os parlamentares não estavam em seus gabinetes.
Os mandados de busca e apreensão e de mandados de prisão temporária estão sendo cumpridos nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Goiás, Tocantins, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Rio Grande do Norte e Distrito Federal.
Veja os 38 procurados pela Polícia Federal
Abelmar de Almeida Rodrigues (empresário de Belo Horizonte)
Adair Pereira Barbosa (empresário de Governador Valadares)
Alexandre Isaac Freire (funcionário público de Brasília)
Antônio Carlos de Carvalho (empresário de Governador Valadares)
Antônio José da Silva Filho (funcionário público de Governador Valadares)
Carlos Alberto da Rocha Machado (empresário de Lagoa Santa)
Carlos Alberto Buzaferro Ferreira (lobista de Belo Horizonte)
Edson José Fernandes Ferreira (lobista de São Paulo)
Eduardo Luis Cabral (empresário de Governador Valadares)
Eduardo Luis Magalhães (empresário de Belo Horizonte)
Edvan Miranda (Belo Horizonte)
Eliza Evangelista Carvalho (suposta laranja de Belo Horizonte)
Evaldo Gomes de Figueiredo Junior (funcionário público de Governador Valadares)
Fernando Antonio Pinto (empresário de Governador Valadares)
Fernando Franco de Engnane (empresário de Governador Valadares)
Francisco Carlos Correa de Moura (empresário de Belo Horizonte)
Frederico Carlos de Carvalho Soares (funcionário público de Belo Horizonte)
Érico Fonseca Sobrinho (lobista de Goiânia)
João Carlos de Carvalho (lobista de Belo Horizonte)
Jose Assis Costa (empresário de Caratinga)
Jose de Mello Kallas (empresário de Belo Horizonte)
Jose Maria Alves de Carvalho (empresário de Governador Valadares)
Kleber Fabrício Silva (empresário de Governador Valadares)
Luca Prado Kallas (empresário de Belo Horizonte)
Luis Claudio de Vasconcelos (funcionário público de Brasília)
Marco de Almeida Rodrigues (empresário de Belo Horizonte)
Marcio Andrade Bonilho (empresário de São Paulo)
Marcio Miranda Soares (empresário de Governador Valadares)
Mary Rosania da Silva Lanes (funcionária pública de Governador Valadares)
Maurilho Reis Pretas (empresário de Belo Horizonte)
Miciany Catarine Madureira (Belo Horizonte)
Otavio Augusto Gonçalves Jardim (funcionário público de Brasília)
Patricy Carneiro Desmotes (empresária de Governador Valadares)
Paulo Roberto Miranda Soares (empresária de Governador Valadares)
Pierre Gonçalvez da Silva (empresária de Governador Valadares)
Ricardo Motta dos Santos (empresário de Belo Horizonte)
Roberto Correa de Moura (empresário de Belo Horizonte)
Rudson Kerley de Oliveira (funcionário público de Teófilo Otoni)
Revista Consultor Jurídico