São Paulo e Rio anunciam revogação do reajuste de tarifas do transporte coletivo

Fernando Haddad, prefeito de São Paulo, e Geraldo Alckmin, governador paulista, anunciaram hoje (19/6) a suspensão do reajuste das tarifas do transporte coletivo na cidade (ônibus, trem e metrô). O valor, que havia passado para R$ 3,20, voltou a ser fixado em R$ 3,00. Quase ao mesmo tempo, na cidade do Rio de Janeiro, o prefeito Eduardo Paes também anunciou para a imprensa a revogação do aumento das passagens de ônibus na capital fluminense, que de R$2,95 voltaram a valer R$2,75.

Alckmin disse que a revogação forçará o governo estadual a cortar investimentos, pois “as empresas não tem como arcar” com os custos do transporte urbano. Por sua vez, Haddad afirmou que todos os impactos da redução serão informados a população. Apesar de a revogação já estar valendo, há a necessidade de um prazo de cinco dias para que os leitores de passagem sejam ajustados.

O anúncio em São Paulo aconteceu um dia após a sexta manifestação contra o aumento tarifário. Como os outros protestos, a manifestação reuniu milhares de pessoas, e se concentrou principalmente em frente a prefeitura e na Avenida Paulista. Um novo ato estava marcada pelo Movimento Passe Livre para acontecer amanhã. Segundo Mateus Preis, membro do grupo, a manifestação continua programada: “A revogação nos pegou de surpresa. Estamos tentando nos reunir agora. Não sabemos se vamos fazer um protesto ou uma festa amanhã, mas manifestação vai ter”.

Em sua última nota, o movimento, que encabeçou as manifestações em São Paulo, comemorou nas redes sociais. “Primeira vitória, teremos muito mais. Após sete dias de protestos, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o prefeito, Fernando Haddad, anunciam por volta das 18h10 a revogação do reajuste de R$ 0,20, voltando o valor da tarifa do transporte público de São Paulo para R$ 3”.

Antes, o Passe Livre disse que o governo do estado se calou e desapareceu do debate público, “se negando dialogar e criando uma ideia que essa é uma questão única de segurança pública”. Segundo o grupo, a prefeitura também tentou iludir o povo nas ruas, criando a falsa ideia de que, para revogar o aumento, teria que retirar dinheiro da educação, saúde e de outras áreas sociais. “Isso não é verdade, até porque as verbas para setores como educação e saúde estão vinculadas e não podem ser transferidas”, disse em nota.

No dia 18, o prefeito Fernando Haddad disse que a revogação do aumento das tarifas do transporte público paulistano causaria um impacto muito grande nas contas do município e tiraria recursos de áreas vitais como saúde e educação durante reunião do Conselho da Cidade com líderes do Movimento Passe Livre e com conselheiros. O governador Geraldo Alckmin declarou, na semana passada, que as tarifas não seriam reduzidas.

Revogação no Rio
Eduardo Paes seguiu a mesma linha dos governantes de São Paulo, e disse que o aumento já tinha levado em conta a desoneração do PIS-Pasep (Programa de Integração Social-Programa de Aperfeiçoamento do Servidor Público) e da Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social), anunciada pelo governo federal. Segundo o prefeito, a suspensão do aumento vai custar R$ 200 milhões por ano ao município. A prefeitura ainda vai estudar onde os custos serão cortados.

O prefeito ainda informou que o governador do estado do Rio de Janeiro, Sergio Cabral, também suspendeu o aumento de preço dos bilhetes dos trens, das barcas e do metrô. Eduardo Paes disse que a decisão de suspender os reajustes foi tomada em respeito à sociedade que foi às ruas se manifestar “com civilidade”.

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