A Polícia Federal prendeu, nesta terça-feira (16/9), o delegado federal Romero Menezes, diretor executivo da corporação. O segundo homem na hierarquia da PF é acusado de praticar advocacia administrativa. A ação é um desdobramento das investigações da Operação Toque de Midas. Essa operação investiga supostas irregularidades da EBX, do empresário Eike Batista, para a concessão da Estrada de Ferro do Amapá. O banqueiro Daniel Dantas tem 20% das ações da EBX.
Menezes foi um dos comandantes da Operação Chacal. Foi ele um dos que, por três dias, manipulou os CD’s do Opportunity, do banqueiro Daniel Dantas. De acordo com informações de O Globo, a prisão dele foi pedida pelo Ministério Público Federal de Roraima. Motivo: indícios de que Romero teria favorecido funcionários da EBX e de uma outra empresa dirigida pelo irmão dele José Gomes de Menezes Júnior, que também está preso.
O gabinete de Menezes e sua casa foram alvos de busca e apreensão. O mandado se estendeu também a buscas em uma sala da Secretaria Nacional de Segurança Pública, dentro do Ministério da Justiça. Outros dois mandados de prisão temporária e sete de busca e apreensão foram cumpridos nos Estados do Amapá, Pará e no Distrito Federal.
Quem deu voz de prisão a Menezes foi o próprio diretor da PF, delegado Luiz Fernando Corrêa. Isso aconteceu, às 9h50, quando Menezes tinha acabado de entrar no gabinete de Corrêa, acompanhado do diretor de inteligência, Daniel Lorenz, e Roberto Trocom, autoridade máxima da PF no combate ao crime organizado.
De acordo com a PF, “as investigações identificaram indícios de prática de advocacia administrativa, corrupção passiva privilegiada e tráfico de influência entre funcionário do grupo EBX, de uma empresa prestadora de serviço e do Diretor Executivo da Polícia Federal”. Relatório preliminar da PF diz que “os dois investigados ligados ao grupo buscavam facilidades junto à Polícia Federal para proveito das empresas, como fraude na inscrição para curso especial de supervisor de segurança portuária, credenciamento para instrutor de tiro sem análise dos requisitos legais, entre outros”.
Em nota oficial, a PF informa que o diretor executivo Romero Menezes “pediu afastamento do cargo, acolhido pela Direção-Geral da Polícia Federal. O diretor de Combate ao Crime Organizado responderá pela Diretoria Executiva durante o afastamento. A Corregedoria Geral da Polícia Federal determinou a instauração de procedimento disciplinar para a apuração dos fatos”.
Revista Consultor Jurídico